Vivemos em um época na qual a falta de empatia entre as pessoas é constrangedora. Isso é lamentável, triste e desumano. O mundo, por si só e a cada dia, nos apresenta ações violentas e desabonadoras. A empatia corre o risco de extinção entre os seres humanos. Mas o que é essa tal de empatia? Fui buscar o significado em um dicionário online: "Empatia significa a capacidade psicológica para sentir o que sentiria uma outra pessoa caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela. Consiste em tentar compreender sentimentos e emoções, procurando experimentar de forma objetiva e racional o que sente outro indivíduo".
A origem da palavra empatia vem do grego empatheia, que significa "paixão", e pressupõe "uma comunicação afetiva com outra pessoa, e é um dos fundamentos da identificação e compreensão psicológica de outros indivíduos". Por meio da empatia, como pessoas, deveríamos nos ajudar mais uns aos outros, colocando o altruísmo - amor e interesse pelo próximo - para funcionar. Afinal de contas, "quando um indivíduo consegue sentir a dor ou o sofrimento do outro ao se colocar no seu lugar, desperta a vontade de ajudar e de agir seguindo princípios morais".
Mesmo com duas orelhas para ouvir e uma boca para falar, nossa capacidade de se colocar no lugar no outro anda cada vez mais em baixa. Ainda buscamos a forma mais adequada de "ouvir os outros e se esforçar para compreender os seus problemas, suas dificuldades e as suas emoções". É verdade que o cotidiano agitado das pessoas não colabora para um envolvimento mais direto e salutar entre elas, mas é preciso lutar contra isso e "conseguir ultrapassar as barreiras do egoísmo, do preconceito ou do medo do que é desconhecido ou diferente".
Na busca por mais informações sobre a empatia, encontrei o seguinte fragmento: "A empatia pode ocorrer em todos os tipos de relacionamentos humanos: nas relações familiares, nas amizades, no ambiente de trabalho e até mesmo com pessoas desconhecidas. É um sentimento indispensável para melhorar a qualidade da comunicação e do relacionamento entre as pessoas".
O episódio da morte de Arthur, de 7 anos, neto do ex-presidente Lula, é marcante pela total falta de empatia, respeito, afeto e compaixão, vistos principalmente nas redes sociais, com a família do garoto. Pessoas comemorando a morte de uma criança e a dor dos Lula da Silva revelam atitudes de extrema pequenez e desumanidade. Uma selvageria que extrapola a vida dos homens das cavernas, um ato de boçalidade, enfim, um acinte ao sofrimento alheio. Em recente coluna no jornal El País, na internet, Juan Arias afirmou: "Houve quem escrevesse que depois dos campos de concentração do nazismo não seria possível continuar acreditando em Deus. E depois desses ódios e insultos imundos despejados contra Lula por causa de sua dor por ter perdido o neto, é possível continuar acreditando no Brasil? O Brasil dos esgotos, que hoje manchou gratuitamente a alma de uma criança inocente, passará como o nazismo passou. O outro Brasil, o anônimo, aquele que hoje ficou horrorizado vendo os monstros soltos desfilando nas redes sociais, o majoritário, acabará - ou será somente a minha esperança? - dominando os monstros que hoje nos assustam para assim abrir caminho aos anjos da paz".
Infelizmente, nem todos os seres humanos têm condições nem se esforçam para praticarem a empatia e o olhar de carinho e atenção sobre as necessidades de outras pessoas. Como dizia o psicólogo Carl Rogers: "ser empático é ver o mundo com os olhos do outro e não ver o nosso mundo refletido nos olhos dele".